quarta-feira, 6 de março de 2013

Concursos Públicos - Eles chegaram na frente

Artigo: Fabiana Ribeiro - Caderno Boa Chance do Jornal O GLOBO - 25 de julho de 2004


Não existe fórmula mágica para ser aprovado em concursos públicos. A não ser estudar, estudar e estudar. O que significa formar conhecimentos sólidos na área em questão. Além de ter tranqüilidade durante a prova. Quem diz isso são candidatos não só aprovados, mas aprovados em primeiros lugares de concursos públicos.


A engenheira Joan Souza foi a número um em dois concursos: um da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e outro do BNDES, onde ficou por cinco anos. Conseguiu a proeza, diz, porque estava determinada a usar os concursos para conseguir um emprego estável, com boa remuneração. E porque, conta, fez muitas provas anteriores, sem se preocupar com o número de candidatos que disputava com ela a mesma vaga:
— Decidi não me apavorar diante dos milhares de inscritos.
Até porque, boa parte não tinha condição de concorrer comigo — diz Joan, hoje fiscal da Receita Federal.
Investir no estudo de português é fator fundamental.

Jorge Rios é quase um candidato profissional: tem várias primeiras colocações no currículo, como a das seleções de Ministério Públicoda União, Cefet e CET-Rio. Além de um segundo lugar na Agência Nacional das Águas (ANA). Segundo ele, estudar português é fundamental:
— A vantagem de passar em todos os concursos é que o profissional pode trilhar a carreira. Mas, para isso, é importante dominar as disciplinas referentes à área e às demais que constam no programa. Se uma pessoa não é boa em português, nem adianta se inscrever.

Segundo Josiana Paganini, técnica em comunicação da Uerj, são os conhecimentos na área que garantem a aprovação. Diz isso porque também coleciona títulos: foi terceiro lugar nas provas da Uerj e do MEC e quarta colocada na Câmara de Deputados. Tem mais:
— É a boa formação, desde o ensino básico, que traz capacidade de raciocínio e de argumentação, item fundamental para as provas discursivas.

Aprovação em concursos públicos conta pontos numa nova seleção
Ser aprovado em concurso público conta como título em outro concurso público. Ou seja, tem peso na classificação final de um candidato e pode ser usado como critério de desempate em outros processos de seleção. Para os primeiros colocados, garante ainda pontos extras no currículo, observam especialistas.
Segundo Marco Aurélio Guimarães, gerente de concursos do Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ, entidade que organiza concursos públicos, há profissionais que, sabendo do valor da aprovação em concursos, participam de vários processos de seleção:
— Por isso, há quem se inscreva em concursos de prefeituras só para acumular pontos e ajudar em sua aprovação.

Guimarães acrescenta que estar entre os primeiros colocados exige muito mais do que aprovações anteriores. É preciso estar se dedicando aos estudos há alguns anos.
— Há candidatos que chegam a passar, de primeira, em primeiro lugar. Mas esse candidato é uma exceção. A vantagem é que ele tem nas mãos o poder de ir em busca do emprego público que ele considera ideal — diz Guimarães.
A busca pelo emprego ideal foi o que levou a advogada Lia de Alencar a escrever o livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”, lançado no início do mês pela Editora Ferreira. Na obra, ela conta, com bom-humor, como é possível passar nessas seleções.
‘O candidato bem preparado disputa com outros três’
Lia mostra como se organizar nos estudos e destaca o peso do apoio e da compreensão da família. Além da importância da perseverança de cada um. Isso porque, também para a autora, estudar é o fator que leva à aprovação.

Para Sylvio Motta, coordenador da Companhia dos Módulos e da Editora Impetus, os profissionais devem ter disciplina para estudar e se basear nas matérias que são pedidas nos editais dos concursos. Também é preciso observar, no edital, que tipo de prova está prevista. E qual é a entidade que está organizando a prova. Isso porque cada instituição tem seu estilo de concurso.
— O candidato bem preparado está disputando com, no máximo, três candidatos por vaga. E o maior concorrente dele é ele mesmo. Por isso, acredito que não exista susto para quem se prepara para o curso — acentua Motta.
Nesse preparo, Motta inclui a inteligência emocional. Ou seja, o candidato precisa desenvolver, em paralelo aos estudos, a auto-estima. E, acentua o coordenador da editora, essa parte nem sempre é a mais fácil:
— Muitas vezes, dá aquele branco. Ou, então, o profissional se pergunta o que está fazendo naquele concurso ou discute com o fiscal da prova. E isso prejudica muito.

 

No dia da prova


HORA: É importante que o candidato chegue ao local da prova com antecedência de um período que varia de meia a uma hora. Assim, não corre o risco de ficar nervoso por conta de atraso, nem fica ocioso por muito tempo.

CONCORRENTES: É comum o candidato se assustar com o número de concorrentes, o que pode prejudicar seu desempenho. Nessa hora, vale lembrar que nem todos se prepararam.
PROVA: Segundo professores, os candidatos devem ler as instruções da prova com calma e ter bastante atenção aos enunciados. Diante de uma questão complicada, passe adiante.

VÉSPERA: A máxima de que não vale pegar em apostilas na véspera da prova deve ser respeitada. A ordem é desacelerar.
Antes da prova

ESTUDO: Fazer testes aplicados em concursos anteriores é fundamental. Assim como ler muito sobre temas normalmente explorados.

TEMPO: O candidato precisa organizar seu tempo, principalmente se estiver cumprindo dupla jornada: estudando e trabalhando. Fixar horários para diferentes disciplinas pode ajudar.

SONO: Em época de estudo, aliás, é importante dormir bem. É o caso de se impor limites aos livros, mas também evitar noitadas.

TRANQÜILIDADE: O profissional precisa se preparar psicologicamente para os exames, o que significa estudar com tranqüilidade e não se preocupar com o número de concorrentes. Nem com o nível de dificuldade da prova. O importante é se manter concentrado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário